sexta-feira, fevereiro 18, 2011

FRAGMENTOS LITERÁRIOS - 2

Uma conversa com o Todo Poderoso

Esta entrevista teve lugar num local não especificado, num tempo não determinado, pois afinal estamos a falar com o Deus.

- Omnipotente Deus, agradeço desde já a sua disponibilidade divina. Então começaria por Lhe perguntar qual é a visão que tem do mundo?
- Por favor trate-me só por Deus. Omnipotente é uma palavra muito forte. Pois o sentido humano que ela têm não é o mesmo que o sentido celeste que nós aqui lhe damos. Mas respondendo à sua pergunta directamente: a minha visão do mundo é total. Vejo tudo e todos. Nada me escapa.
- Uma questão muito discutida entre nós humanos é a da sua existência. Podia esclarecer-nos um pouco e tentar explicar aos leitores se você, Deus, existe realmente?
- Essa sua pergunta é realmente muito pertinente. Penso que é a primeira vez que me é dirigida directamente. Ora bem, como é que Eu, Deus, posso afirmar a minha própria existência, ou não existência, de forma a que você, e os seus leitores, fiquem convencidos? Está a pôr-me numa posição muito delicada. Então é assim: para aqueles que crêem na minha existência, Eu existo. Para os que não crêem, Eu simplesmente não existe. Não creio que exista outra forma de por as coisas. Realmente ambas as respostas estão correctas, pelo menos para vocês humanos. É claro.