segunda-feira, novembro 07, 2005

Mas era mentira

Do equóreo peixe que me prometeram
Nem cheiro nem visão.
Mentiram sempre que poderam
Só metendo os pés pelas mãos.
“Lança a cana” “Estica o fio”
Cai o anzol nas águas do rio,
“Espera agora que ele pique”
“Que morda o engodo e que fique”,
“E tu verás!”
Picou a água, a chuva e o vento,
Picou a esperança o sonho e o tormento
E mais nada picou.
Esperei pensando que existia
Esperei pela mentira que sabia
Esperei por acordar da letargia,
E ainda sorria.

Mas era mentira.

Parti a cana e o fio cortei,
E de tanto esperar não mais esperei
E cansado de confiar desconfiei,
Mandei-os à merda e dali para fora voei.
Asas não tinha mas da verdade cresceram
A sabedoria era mínima e da ignorância floresceram.
A esta pesca não quero eu mais ir.